Transtornos de ansiedade
27/05/2025

Por Raique Almeida
O artigo oferece uma análise detalhada dos principais transtornos de ansiedade que acometem crianças e adolescentes, abordam as manifestações clínicas, os critérios diagnósticos e as possibilidades terapêuticas para esses transtornos, que estão entre os mais prevalentes nessa faixa etária. Ressalta-se que tais condições, quando não identificadas e tratadas adequadamente, podem comprometer de maneira significativa o desenvolvimento emocional, social e acadêmico dos jovens, acarretando prejuízos duradouros que se estendem até a vida adulta.
A discussão proposta pelos autores inicia com a diferenciação entre os medos normais do desenvolvimento e os sinais clínicos que caracterizam os transtornos de ansiedade patológicos. São apresentados quadros como o transtorno de ansiedade de separação, a fobia social, o transtorno de ansiedade generalizada, as fobias específicas e o transtorno do pânico, todos descritos com suas características principais, idade de início, prevalência e fatores de risco. Os dados epidemiológicos evidenciam uma alta frequência desses transtornos, além de destacarem a comum comorbidade com outras desordens psiquiátricas, como depressão e transtornos de conduta, o que reforça a importância de um diagnóstico preciso e de intervenções eficazes desde as fases iniciais dos sintomas.
No que se refere ao tratamento, o artigo destaca a eficácia da terapia cognitivo-comportamental como intervenção de primeira escolha, especialmente quando adaptada ao contexto infantojuvenil. Em casos mais graves ou que não apresentam melhora com a psicoterapia isolada, o uso de psicofármacos, como os inibidores seletivos da recaptação da serotonina, é considerado uma opção válida, desde que acompanhado por um profissional especializado. O acompanhamento multidisciplinar, com a participação da família e da escola, é fundamental para o sucesso terapêutico. Por fim, os autores defendem a implementação de políticas públicas voltadas à prevenção e à capacitação de profissionais da saúde e da educação, de forma a garantir uma rede de apoio que favoreça o diagnóstico precoce, o tratamento adequado e a redução dos impactos negativos causados pelos transtornos de ansiedade na infância e adolescência.
Referências:
CASTILLO, Ana Regina Geciauskas Lage; RECONDO, Rogéria; ASBAHR, Fernando R.; MANFRO, Gisele G. Transtornos de ansiedade. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v. 22, supl. 2, p. 20–23, dez. 2000.