Efeito da musicoterapia sobre o estresse de adictos
10/05/2025

Por Gunnar Glauco De Cunto Taets
O estudo tem como objetivo avaliar o efeito da musicoterapia sobre o estresse de adictos. O estudo foi conduzido em uma instituição filantrópica, com a participação de 18 adictos em tratamento, e seguiu um desenho quase-experimental. A intervenção consistiu em uma única sessão de musicoterapia em grupo, com duração de 60 minutos. Para avaliar o impacto da musicoterapia sobre o estresse, foi utilizado o nível de cortisol salivar, um hormônio relacionado ao estresse, coletado antes, 60 minutos após, e 120 minutos após a intervenção.
A análise estatística foi conduzida utilizando testes não paramétricos, com um nível de significância definido. Os resultados mostraram que, após 60 minutos da intervenção, houve uma redução estatisticamente significativa nos níveis de cortisol salivar. Essa redução indica que a musicoterapia foi eficaz em diminuir os níveis de estresse dos participantes a curto prazo. No entanto, após 120 minutos da intervenção, a redução nos níveis de cortisol não foi estatisticamente significativa sugerindo que o efeito da musicoterapia pode ser transitório e não se mantém por um longo período.
A conclusão do estudo é que a musicoterapia, mesmo em uma única sessão de 60 minutos, demonstrou ser eficaz na redução do estresse (medido através dos níveis de cortisol salivar) em adictos. Isso sugere que a musicoterapia pode ser uma ferramenta valiosa no tratamento da dependência química, proporcionando uma abordagem complementar para a redução do estresse emocional, que é um fator importante no processo de recuperação dessas pessoas. A pesquisa contribui para a compreensão do papel da musicoterapia na promoção da saúde mental e na gestão do estresse em contextos da dependência química.
O estudo destaca a importância de estratégias alternativas e complementares, como a musicoterapia, no tratamento de adictos, uma vez que o estresse emocional é frequentemente um fator que agrava a dependência e dificulta a recuperação. Além disso, ressalta a relevância da saúde pública na implementação de abordagens inovadoras e acessíveis no cuidado aos adictos, especialmente em contextos de instituições filantrópicas que atendem essa população.
Em termos de limitações, o estudo não estabelece um acompanhamento a longo prazo, o que seria necessário para avaliar a durabilidade dos efeitos da musicoterapia sobre o estresse. Também não foram realizadas comparações com outros métodos terapêuticos ou grupos controle, o que poderia reforçar a eficácia da intervenção. Ainda assim, os resultados obtidos são promissores e indicam que a musicoterapia pode ser uma intervenção eficaz para auxiliar na redução do estresse de adictos.