Esquizofrenia: uma revisão
31/05/2025

Por Raique Almeida
O artigo apresenta uma análise abrangente sobre a esquizofrenia, abordando aspectos históricos, sintomatológicos, terapêuticos e modelos experimentais relacionados a essa condição psiquiátrica.
A esquizofrenia é caracterizada como uma psicose crônica idiopática, sugerindo que pode englobar diferentes doenças com sintomas semelhantes e sobrepostos. Sua origem é multifatorial, envolvendo fatores genéticos e ambientais que aumentam o risco de desenvolvimento da doença.
Historicamente, a compreensão da esquizofrenia evoluiu significativamente. No final do século XIX, Emil Kraepelin descreveu a "demência precoce", destacando sintomas como alucinações, perturbações na atenção, esvaziamento afetivo e sintomas catatônicos. Posteriormente, Eugen Bleuler introduziu o termo "esquizofrenia", enfatizando a fragmentação dos processos mentais como característica central da doença.
A sintomatologia da esquizofrenia é dividida em sintomas positivos e negativos. Os sintomas positivos incluem delírios, alucinações e pensamento desorganizado, enquanto os negativos envolvem apatia, isolamento social e embotamento afetivo. Esses sintomas variam em intensidade e podem impactar significativamente a funcionalidade do indivíduo.
O tratamento da esquizofrenia é multifacetado, combinando abordagens farmacológicas e psicossociais. Os antipsicóticos são fundamentais no manejo dos sintomas, com os típicos (como haloperidol e clorpromazina) sendo eficazes, mas associados a efeitos colaterais significativos. Os antipsicóticos atípicos (como risperidona e olanzapina) oferecem uma alternativa com perfil de efeitos adversos mais favorável. Além disso, intervenções psicoterapêuticas, reabilitação psicossocial e suporte familiar são essenciais para a recuperação e reintegração social dos pacientes.
Modelos experimentais têm sido desenvolvidos para compreender melhor a fisiopatologia da esquizofrenia e testar novas intervenções terapêuticas. Esses modelos incluem estudos em animais e pesquisas neurobiológicas que investigam alterações em neurotransmissores e estruturas cerebrais associadas à doença.
Em suma, o artigo oferece uma visão abrangente da esquizofrenia, destacando a complexidade de sua etiologia, a diversidade de manifestações clínicas e a importância de abordagens terapêuticas integradas. A compreensão contínua e aprofundada dessa condição é vital para o desenvolvimento de estratégias eficazes de tratamento e suporte aos indivíduos afetados.
Referência:
SILVA, Regina Cláudia Barbosa da. Esquizofrenia: uma revisão. Psicologia USP, São Paulo, v. 17, n. 4, p. 299–317, 2006.