Dias Melhores Virão (2023): Uma Jornada de Esperança no Combate à Dependência Química
07/08/2025

Por Raique Almeida
O filme Dias Melhores Virão, dirigido por André Ristum, é uma produção brasileira potente e profundamente humana que trata da realidade do vício em drogas sob uma ótica raramente explorada: a do cuidado, da escuta e da reconstrução afetiva. Longe dos estereótipos sensacionalistas que frequentemente marcam as narrativas sobre dependência química, a longa aposta em uma abordagem sensível, realista e transformadora, centrada na vivência de jovens em processo de reabilitação dentro de uma comunidade terapêutica.
Ao acompanhar os dramas e desafios enfrentados por esses jovens, o espectador é convidado não apenas a entender os efeitos devastadores do uso de drogas, mas também a refletir sobre as causas sociais, emocionais e familiares que levam ao adoecimento. A dependência não aparece como um problema isolado, mas como um sintoma de vínculos rompidos, traumas acumulados e um sistema social excludente. Nesse contexto, o filme dialoga com autores como Maria Tereza Maldonado (2004), que defende a escuta afetiva e o acolhimento como pilares fundamentais no tratamento da dependência química.
Outro ponto forte do longa é a valorização dos laços humanos como forma de superação. A relação entre os jovens, os terapeutas e os familiares revelam que a recuperação não se dá apenas por abstinência, mas por meio da construção de novos sentidos para a vida. O afeto, a solidariedade e a possibilidade de recomeçar são apresentados como ferramentas terapêuticas tão poderosas quanto a medicina e a psicoterapia.
Assistir a Dias Melhores Virão é, portanto, um ato de empatia e compromisso social. É um convite para enxergar o outro com menos julgamento e mais compaixão, compreendendo que ninguém se cura sozinho. O filme é indicado não só para quem atua na área da saúde ou educação, mas para qualquer pessoa disposta a entender que, mesmo nas situações mais difíceis, a esperança pode florescer quando há presença, escuta e cuidado.